Vereador Paulo Eduardo propõe acolhimento humanizado a pessoas que criam vínculos afetivos intensos com "bebês reborn
- Paulo Eduardo Dias Júnior
- 20 de mai.
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O vereador Paulo Eduardo protocolou uma indicação na Câmara Municipal propondo que a Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria de Saúde e da Secretaria de Assistência Social, realize estudos para implantar diretrizes de acolhimento psicossocial a pessoas que desenvolvem vínculos afetivos intensos com objetos de representação humana, tais quais os bonecos hiper-realistas conhecidos como “bebês reborn”, que são tratados como substitutos simbólicos ou reais de afeto.
A proposta segue uma linha de discussão que vem ganhando espaço na sociedade e tem como objetivo garantir que essas pessoas sejam acolhidas com dignidade, respeito e empatia no âmbito do SUS, considerando o papel subjetivo desses objetos na construção da subjetividade. Também propõe observar quando essa prática representa rigidez ou sofrimento intervindo por meio da escuta, do acolhimento e da ética. Segundo o parlamentar, muitos desses vínculos surgem a partir de experiências traumáticas, como perdas gestacionais, quadros de ansiedade, depressão ou luto, e não devem ser tratados como motivo de vergonha ou punição.
“Nosso papel é construir uma saúde pública que acolha as pessoas em seus múltiplos e diversos modos de sofrer. Estamos falando de indivíduos que, muitas vezes, estão em sofrimento emocional e que encontram nesses vínculos uma forma de lidar com a dor emocional. Eles precisam de escuta e cuidado, não de julgamento”, destacou Paulo Eduardo.
Na indicação, o vereador propõe que o município promova capacitação continuada e permanente de profissionais da rede de saúde mental, como psicólogos e assistentes sociais, além de outros trabalhadores da saúde envolvidos no cuidado psicossocial, para que estejam aptos a reconhecer e atender esses casos com sensibilidade, responsabilidade ética, e compromisso com os direitos humanos, especialmente de populações vulnerabilizadas. O objetivo é evitar qualquer forma de estigmatização, negligência ou tratamento vexatório.
A medida não implica aumento imediato de custos e pode ser incorporada às ações já existentes na atenção psicossocial, especialmente nos CAPS e nas unidades básicas de saúde. A proposta também reforça o compromisso com os princípios do SUS, universalidade, integralidade, equidade e participação social no atendimento, valorizando a formação crítica e antimanicomial dos profissionais da rede.
“Precisamos garantir que todas as pessoas, inclusive aquelas que expressam sua dor de forma incomum aos nossos olhos, tenham seu sofrimento reconhecido e acolhido de forma respeitosa”, concluiu o vereador.
A indicação agora segue para análise do Executivo.

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